Dia do Professor

No Dia do Professor, a Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Ibiraiaras propõe uma reflexão sobre a profissão “Professor”, através de um texto de Gabriel Chalita, publicado originalmente na Revista Profissão Mestre, de outubro de 2010. Gabriel Chalita é doutor em Direito e em Comunicação e Semiótica, ex-secretário de Educação de São Paulo. Preside o Instituto Educativa.


O PROFESSOR E O DESENVOLVIMENTO

A educação não se realiza sem o professor. Embora a afirmação seja óbvia, muita gente não prestigia esse valoroso profissional – e entre essas pessoas desavisadas estão incluídas muitas autoridades. Valorização não significa apenas dinheiro, embora o reconhecimento financeiro seja muito importante. Costumo dizer que há três lugares fundamentais nos quais o professor precisa ser valorizado: cabeça, coração e bolso. Na cabeça, com ofertas de cursos que lhe garantam contínua qualificação profissional. No coração, porque há que existir uma rotina de reconhecimento de resultados e de divulgação pública do bom trabalho. É preciso respeitar a autonomia dos mestres e tratá-los com carinho. E, no bolso, porque essa é uma profissão de enorme importância para o País.
Valorizar o professor resulta em imediata e consequente melhoria do processo educacional. Essa não é uma constatação ingênua ou simplista. Ao contrário, está baseada em exemplos internacionais, em países que emergiram da condição de atrasados para a situação de líderes no desenvolvimento de seus cidadãos. O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), aplicado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, analisa o rendimento de estudantes de 56 países, medindo a cada três anos o domínio dos alunos da faixa etária de 15 anos em Leitura, Matemática e Ciências. A avaliação (aqui coordenada pelo Inep) aborda não apenas a adequação da grade curricular de cada escola, mas também os conhecimentos relevantes e habilidades necessárias à vida adulta. No PISA, o Brasil ocupa a 52ª posição, com 390 pontos de 600 possíveis. A primeira colocada é a Finlândia, com 563 pontos.
Mas o que fez a Finlândia ocupar esse destaque? A primeira razão, segundo documento do próprio MEC, é que a sociedade finlandesa valoriza a educação e, portanto, tem para com ela uma atitude muito favorável. O resultado é que, na Finlândia, 75% dos adultos entre 25 e 64 anos têm diploma de ensino superior. Lá, o ensino é obrigatório somente dos 7 aos 16 anos, mas, apesar disso, apenas 1% dos estudantes do ensino fundamental não continua os estudos. O governo investe 5,8% do PIB em educação (no Brasil, o investimento é de 4%). Mas o que efetivamente importa é que, na sociedade finlandesa, o professor é tratado como a autoridade que é, com respeito e até com reverência. As crianças crescem, tendo como sonho profissional tornarem-se professores. Há um currículo nacional básico, mas é o professor que escolhe os métodos didáticos, os livros, a tecnologia. Trabalha em parceria com as famílias e ensina o que deve ser aprendido, da ecologia à administração financeira. E mais: não há sala de aula com mais de 36 alunos – acredita-se em um processo educativo heterogêneo, isto é, respeita-se individualmente o aluno. Na Finlândia, o professor ganha salário equivalente a R$ 8 mil. Todos devem ter formação mínima de cinco anos e a grande maioria tem mestrado.
Há outros exemplos reconfortantes, mesmo na América Latina. O Chile é um deles. A Argentina vem fazendo esforços importantes. Em ambos os países, resgate da educação começa pela valorização do corpo docente. Não há outra forma.
E no Brasil? Aqui estamos na contramão. Faltam professores – de acordo com dados da UNESCO, o País terá de contratar 396 mil novos docentes até 2015. O salário é baixo – na média, R$ 950,00 para educação básica. Muito distante do ideal.
Resumindo, não há resgate possível para educação no Brasil, e portanto para o desenvolvimento, sem a valorização do professor. Na cabeça, no coração e no bolso.

Mensagem aos professores

Quando falamos em profissional da educação devemos dar uma especial atenção às condições que o mesmo tem ao realizar o seu trabalho.
Observamos a cada dia que passa que a profissão de professor vem sofrendo profundas transformações e cada vez mais vem sendo questionada pela sociedade.
Ser professor é mais que ter uma profissão, é uma verdadeira “vocação”, pois entre tantos conflitos precisa, ao mesmo tempo, amar, respeitar, ensinar e educar, precisa estar preparado para enfrentar as mais adversas situações do dia a dia e ter sabedoria para solucioná-las sem deixar marcas negativas.
O trabalho do professor constrói-se a cada dia com muita paciência, dedicação e compreensão. Precisa estar em permanente aperfeiçoamento, com planejamento coletivo de todas as ações curriculares referentes ao processo ensino-aprendizagem, visando o engrandecimento do aluno como um todo.
Na escola, além do material didático e seu plano de aula elaborado, o professor divide seu tempo em ser psicólogo, amigo, pai, mãe e conselheiro, buscando tornar suas aulas mais atrativas e com mais sabor.
Parabéns pelo seu dia!

Uma mensagem do Secretário de Educação Aristeu Lunelli e equipe da SMEC.